terça-feira, setembro 19, 2006

Partir... Através de um comboio parado na velha estação Onde ninguém mais está para o alcançar. Aparece o revisor olhando para ambos os lados no horizonte um sentimento onde se guarda uma fotografia de amigos, outrora antigas crianças de joelhos esfolados Agora neste principio de viagem serei o único a partir. Talvez nas estações seguintes se juntem outros viajantes. Saí de madrugada para me levar nesse comboio. Soltei um grito interior morno. Não poderia ser outro. Tinha de ser este! Não por circunstancialmente ter de chegar as horas a um destino Mas porque tenho um compasso magnético que está incutido na alma. Longínquo e ligeiro segundo ecoando à minha tentativa De aprender a viver. Só que ainda não sei. Mas vou ter de tentar Porque nasci há milhares de anos atrás Como tantos… Será a minha cabeça que não cabe neste corpo, Ou será o corpo grande demais para esta anarquia mental? Em tempos de infância Quantos comboios apanhámos juntos nesta mesma estação? Tantas esperas contidas que nos deram um modesto gozo demasiado grande. Nesses dias saíamos sempre na última estação. Porque era daí que nós pertencíamos, Ao princípio e ao fim da linha.

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